Finalizando a série de conteúdos sobre a inovação aberta, vamos abordar hoje a temática do intraempreendedorismo. Não, você não leu errado. Existe uma relação entre esses dois conceitos e o objetivo aqui é informar e demonstrar as melhores práticas para que as empresas aproveitem seus próprios talentos para encontrar oportunidades de inovar.
Analisando o próprio nome, intraempreendedorismo nada mais é do que o estimulo e prática do empreendedorismo internamente, ou seja, dentro das próprias empresas. Para que esse tipo de atividade dê resultados significativos dentro do ambiente corporativo, é necessária uma condição importantíssima: que a liderança suporte e fomente a ideia, sustente a prática e seja resiliente, até que essa cultura inovadora se estabeleça.
Pelo final do último parágrafo podemos ver que existe um tripé de sustentação para implementar o intraempreendedorismo dentro de uma empresa: apoio, prática e paciência. É nesses pontos que iremos focar a partir de agora.
Quando falamos de apoio a uma cultura não significa que a empresa deve apenas incentivar um determinado assunto. No caso do intraempreendedorismo é preciso que o apoio seja reflexo de envolvimento, ou seja, contar com a ajuda e o auxílio das lideranças exercendo o papel de facilitadores, para que as boas ideias sejam tiradas do papel e estruturadas com mais agilidade.
A prática, no caso do intraempreendedorismo, tem uma característica relacionada com a assertividade. Para que as melhorias sejam realmente adequadas e façam sentido é necessário que a equipe envolvida no processo conheça a fundo - demonstrando domínio - a empresa em que trabalham. São pontos relacionados com a história, os valores, a visão e o planejamento estratégico que irão fornecer informações e subsídios para orientar e nortear o trabalho.
No âmbito da paciência é interessante trazer à tona, novamente, um conceito que foi trabalhado no texto dois da série sobre inovação aberta: não existe uma receita de bolo para ser seguida dentro do conceito de intraempreendedorismo. A individualidade de cada empresa é o fator chave que torna a impossível apontar uma fórmula mágica e faz com que todas as etapas e variáveis sejam analisadas minuciosamente, para ser possível alcançar o objetivo necessário. Respeitar o tempo de cada processo é fundamental.
Uma vez que a empresa esteja embarcada dentro da cultura da inovação e disposta a trabalhar com o intraempreendedorismo, existem outros aspectos, mais táticos, que não podem ser esquecidos e precisam ser trabalhados com frequência. Da parte das empresas, existe a necessidade de investir em qualificação, já para os colaboradores o trabalho é voltado no estímulo e compreensão de habilidades, as famosas skills, que estejam alinhadas com atividades voltadas à inovação.
Uma realidade animadora envolvendo as empresas é que muitas delas estão virando a chavinha, ou mudando o mindset, quando o assunto é capacitação. O foco na qualificação de equipes deixou de ser visto como custo e passou a ser visto como investimento, afinal o maior ativo que as empresas podem ter são as pessoas, ainda mais quando o assunto é o intraempreendedorismo. É através do trabalho de equipes multidisciplinares que serão realizados diagnósticos capazes de identificar desafios e problemas, apontar para novos negócios, otimizações de processo, redução de custos, aumento de competividade e outras possibilidades.
Olhando para o papel dos colaboradores na prática do intraempreendedorismo, existem alguns comportamentos necessários que podem ser considerados até meio clichê, como o senso de dono, a proatividade e o pensar fora da caixa. Fato é que, por mais que esses conceitos pareçam estar “batidos”, eles são pré-requisitos básicos. Existem outras habilidades que podem ser consideradas mais complexas, por estarem ligadas com a tomada de decisão. É importante que os profissionais prezem pelo trabalho colaborativo, deixando vaidades em um segundo plano, saibam lidar com e assumir riscos, e não só isso, mas reagir de forma positiva em caso de erros, para que as frustrações não atrapalhem o desenvolvimento dos projetos.
Essa é uma ótima maneira das empresas desenvolverem suas próprias tendências de inovação e criatividade. Além disso, o intraempreendedorismo também impulsiona a produtividade, pois os funcionários são incentivados a assumir mais responsabilidades, sentir-se empoderados e assumir riscos sem medo de falhar.
Confira aqui os 2 primeiros posts desta série: Inovação Aberta: novas perspectivas, menos riscos e Inovação Aberta na prática.
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