Na semana de premiação do cinema mundial, reunimos alguns filmes que dão um "banho" em empatia, capazes de nos jogar para dentro da trama e fazer sentir um desconforto gigante, por simplesmente nos colocar no lugar do outro.
De acordo com o dicionário Oxford Languages, Empatia (substantivo feminino) significa “capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc.”
Dos títulos que concorrem no Oscar desse ano a Melhor Filme, selecionamos 3 quem nos despertaram especialmente esse sentimento, cada um à sua maneira:
Nada de Novo no Front (versão 2022)
Nessa regravação, o ator austríaco Felix Kammerer interpreta Paul, de 17 anos, que está determinado a não ser deixado para trás enquanto seus amigos vão para a guerra, juntando-se, com entusiasmo, ao exército alemão contra a vontade dos pais.
Suas noções de batalha heroica são rapidamente extintas pela realidade brutal nas trincheiras. Cercado pela violência e pela morte, muitas vezes por suas próprias mãos, ele tenta manter sua humanidade.
A direção de Edward Berger e a interpretação impecável de Kammerer nos fazem sentir cada um dos momentos como se lá estivéssemos – desde a empolgação ingênua do recrutamento à dor imensurável das perdas e do sofrimento vividos na guerra.
Os Banshees de Inisherin
De um lado o sofrimento de Pádraic Súilleabháin, interpretado pelo brilhante Colin Farrell, que, de tanto se esforçar para ser uma pessoa gentil e não conseguir ser nada além de superficial e desinteressante, perde a estima do seu melhor amigo.
Do outro lado, o amigo Colm Doherty (Brendan Gleeson), que rompe a relação por ter se dado conta que seu antigo companheiro é um chato e que ele almeja algo maior para o tempo que lhe resta.
A trama é uma crônica de absurdos em nome da felicidade individual de cada personagem e acaba envolvendo os moradores da pequena ilha fictícia de Inisherin, na Irlanda. E nós, meros espectadores, mergulhamos nessa enxurrada de sentimentos e emoções.
A Baleia
Deixando de lado os louros merecidos por Brendan Fraser pela transformação física a que se submeteu para participar do filme, sua atuação sem falhas é – por si – um condutor de forte empatia com o personagem Charlie – um homem obeso, com traumas emocionais tão profundos quanto sua baixíssima autoestima.
A aparência surpreendente e grotesca de Charlie é o primeiro fator que faz de A Baleia um filme dificílimo de assistir. Chega ao ponto de querermos continuar assistindo só para não nos culparmos por estarmos sendo preconceituosos. O longa do diretor Darren Aronosky é um triste retrato da depressão e do luto que assola seu personagem principal.
Ao seguirmos, entendemos que o nosso incômodo inicial se dá pela brutal imersão que o filme nos leva a fazer, como se estivéssemos naquele apartamento, passando por cada um dos momentos intensos que Charlie vive.
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